sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Uma carta para Allegrucha

Bonequinha, ontem a tia An te enviou uma cartinha. Ela é tão fofa e linda que merece ser eternizada aqui no seu bloguinho. Vocês aprenderam a se amar na distância e a conviver na saudade
Aproveito para complementar com uma trilha sonora, clique aqui e boa viagem.

Allegrucha,
Aqui é a tia An e eu achei que eu devia contar a história de quando você veio passar umas férias na minha casa. Você tinha acabado de completar 2 aninhos e veio pra Las Vegas, passar 2 semanas. 
A tia An já era apaixonada por você antes disso, mas depois dos dias lindos que passamos juntas, eu até chorei porque você tinha ido embora. Sabe, a minha casa que já era grande, ficou parecendo ainda maior – e muito vazia – sem você lá, correndo, pulando, subindo e descendo as escadas. E pior ainda, sem vocêzinha, bem pequetutuxa batendo na porta do meu quarto pra me acordar. A tia não esquece da sua carinha bem sem vergonha, com aquele sorrisão mais escancarado, me olhando cheia de expectativa se eu ia te pegar ou não. Olha, a tia morre de saudades...
Quando você chegou na minha casa, você ainda não estava acostumada comigo, mas eu montei um castelinho cor de rosa, cheio de brinquedos pra você, que era pra você saber o quanto eu te amo. Também tinha um dispenser cheio de M&M’s, que você chamava de chocolatinho, que a gente te dava só depois que você comia sua comidinha.
No primeiro dia que a gente foi passear de limosine e você se divertiu muito.

No outro dia a mamãe e o papai foram assistir um show enquanto eu, o Beto e o tio Sean cuidamos de você. Primeiro eu fiquei muito surpresa quando você não chorou nem deu trabalho pra gente, mesmo sem o papai e a mamãe por perto. Depois, eu fiquei boba com a sua memória, pedindo pra ver o piano de novo, coisa que a gente tinha visto muito antes. 
Aí, você correndo pelo cassino, capotou no chão igual jabuticaba madura. E em vez de fazer o maior escandalo do mundo, você deu risada, levantou e continuou correndo. 

Aí, depois de muito enrosco pelo caminho, a gente chegou no Shark Reef, que era o lugar onde a gente ia ver os peixinhos. Eu ainda não sabia como domar o leãozinho que você é, então o grupo teve que ir no seu tempo. 


Você curtiu bastante os peixinhos, os tubarões e jacarés  e não deu trabalho nenhum pra titia, até o momento em que o Beto achou que você tinha feito cocô e eu tive que ir te trocar. O Beto tentou achar um banheiro familiar, pra ele poder me ajudar, mas como não tinha nenhum, eu tive que me virar sozinha. Antes que você fique assustada com a história toda, saiba que eu sou atrapalhadinha igual ao vovô Funfas. A gente entrou no banheiro e eu não vi o trocador, então resolvi que ia usar a tampa da privada. Quando abro a portinha, as privadas eram todas sem tampa! Bom, tirei sua fralda pensando que se fosse mesmo cocô, eu ia jogar ele na privada e partir pra briga, então nem deitei você. Por sorte, era só xixi. Eu tentei colocar a fralda em você em pé mesmo, mas não estava funcionando então não vi outra alternativa que não tirar o meu vestido e colocar no chão, deitar você em cima dele, e te trocar. Ainda bem que você me obedeceu direitinho, porque não quero nem imaginar o que teria acontecido se você escapasse por baixo da porta e eu tivesse que sair correndo atrás de você no banheiro, sem roupa, e se alguém entrasse e visse aquilo! Kkkkk Bom, era minha primeira vez trocando um bebê e fiquei com medo de te machucar se apertasse muito sua fralda. Resultado: você estava usando uma fralda cintura baixa. E como se nao bastasse isso, quando a tia colocou sua camisetinha de volta, colocou de trás pra frente! Ai Allegrucha, que vergonha... Essa sua tia aqui é um desastre!

No dia seguinte, fomos à loja do M&M’s e você ficou amiguinha de todos os displays da loja. Eles eram do seu tamanho e a gente queria tirar sua foto com eles, mas você só chegava perto depois que eu segurava na mão deles dizendo que eles eram amiguinhos. Aí você acreditava e não queria mais largá-los! E durante todo o tempo que você ficou aqui, você falava que o M era seu amiguinho. 




A noite fomos jantar no Hard Rock Café, que é a tradição que a mamãe e o papai tem, toda vez que eles vão num lugar novo. Estava tudo bem, quando de repente você abre um berreiro e o tio Sean começa a dar risada. Ele contou pra gente que foi porque ele pegou você fazendo uma travessura: enquanto a gente achava que você estava quietinha no cadeirão comendo m&m’s, ele viu você lambendo um por um os chocolatinhos e disfarçadamente jogando-os no chão. Você viu que ele estava olhando e continuou chacoalhando a mãozinha pra desgrudar o chocolate do seu dedo. Foi quando ele falou seu nome que você começou a chorar. Quando a gente saiu da mesa no restaurante, haviam 5 ou 6 deles em volta do seu cadeirão. Até hoje eu dou risada da cena.

Você e eu inventamos nossas próprias brincadeiras enquanto o papai e a mamãe faziam compras e eu cuidava de você. Depois de correr pelas lojas, dançar em frente a espelhos e conversar com seu reflexo como se fosse a sua amiguinha, e se esconder entre as roupas das araras, você aceitava sentar na cadeirinha do carrinho de compras e aí começavam nossas maluquices: a gente lia livrinhos uma pra outra, experimentamos sabonetes (você dizia que queria cheirar a barra mas mais parecia que estava dando um beijo nela), sentava toda torta no carrinho só pra eu dizer “ah, mas que danada”, dava um dedinho pra eu morder, e mais um, e mais outro e acabava colocando todos eles na minha boca enquanto olhava pra mim dando risada. Essa era uma das suas brincadeiras favoritas e quando eu falava “vem cá que eu vou comer sua mãozinha”, você vinha toda contente. 
A gente também brincou muito de tirar fotos com nossas câmeras imaginárias e o melhor dia foi quando você foi a fotógrafa, me comandando como se eu fosse a modelo:  “Levanta o braço. Segura o pé. Tira o chinelo” A mamãe estava conosco nesse dia e quase rolou no chão dando risada das suas ordens. E a tia An, boba como é, foi fazendo tudo o que você mandava. No meio da loja de roupas.  Porque eu não ligo de parecer esquisita, desde que eu faça você dar risada.
A gente passeou bastante pela Strip, onde você viu o Excalibur, que é um hotel em formato de castelo, você viu o vulcão no Mirage e também a fonte do Bellagio. Esses devem ter sido seus pontos favoritos, porque você falava neles o tempo todo. O mais bonitinho era quando você balançava os bracinhos pra um lado e outro, pra mostrar como a água dançava. E toda vez que você via a Strip você falava “olha mamãe, que linnnndo”.  Você também gostou do Stratosphere, que pra você era uma tartaruga. Até o tio Sean chama o Stratosphere de tartaruga agora, depois que ele aprendeu a falar essa palavra em português.




Você não gosta muito de andar de carro por que tem que ir segura na cadeirinha. Então você primeiro reclama que “tô pesada” e como não adianta, você fala que tem abelha no carro. Um dia você falou “abelha, abelha, abelha no meu bumbum” e eu rachei de rir sentada na frente. Mas a gente te conhece bem e sabia que não tinha abelha nenhuma, então você continuou sentadinha no seu lugar.  

Um dia a gente estava saindo do shopping em Los Angeles e eu escutei você falando – bem baixinho - tchau para os carros que passavam: “tchau carro verde, tchau carro branco, tchau carro amarelo...” Eu não resisti e entrei na sua brincadeira, falando tchau pra tudo e você, muito fofolete, ia repetindo tudo o que eu falava: “tchau muro vermelho, tchau carro laranja, tchau ônibus grande, tchau árvore verde, tchau menino...” aliás, todo mundo era menino e menina pra você. E você tem esse jeitinho engraçado de falar, com um sotaquezinho meio carioca “olha o mennniiino” uma coisinha! Você também gostava muito de me perguntar onde estavam as pessoas, mesmo que eles estivessem ao seu lado. Aí um dia você estava perguntando onde estavam a Peppa e o George e você se enganou e perguntou onde estava o papai George. Eu virei pra você com uma cara bem exagerada e perguntei “Papai George?” e pronto: você falava papai George o tempo todo, só pra ver minha cara exagerada com uma voz bem exagerada também, te perguntando “Papai George?”.
   Apesar de não gostar muito de ficar na sua cadeirinha no carro, você não deu trabalho nenhum pra gente quando fomos pra Los Angeles, mesmo sendo uma viagem bastante longa. Quando chegamos em Santa Monica, que era praia, você logo viu um “mennniiino” tocando violão e não queria sair de perto dele, pra poder dançar. Aí enquanto os adultos foram pra água por um deck de madeira, você foi pela areia. Quando chegamos na água, deixamos você só de fraldinha porque você ia, destemida, onde quer que visse uma onda. E ai da gente se desviasse a atenção por um segundo! Você queria ir mais para o fundo (a água estava uma delícia aquele dia!), mesmo caindo sentada em uma onda que a água quase te cobriu, você não ligava, queria brincar e brincar sem parar. Até que você viu pedrinhas no chão... Aí você queria coletar TODAS as pedras no caminho. A mamãe e o papai queriam andar pela praia, mas quem disse que você deixava? Suas mãozinhas já estavam cheias de pedras, mas você continuava se abaixando para pegar mais uma, e mais outra... O papai até teve que ter uma conversa com você e te disse que você podia ficar com uma pedrinha só por vez.





 Algumas horas mais tarde, saímos da praia e depois de andarmos pelo píer, fomos para o hotel. 



Fomos jantar numa lanchonete famosa, chamada Mel’s Diner e eu pedi um milk shake que veio com uma cereja em cima. Que você prontamente pediu “tia, eu quero o tomate” Coisa linda da minha vida, isso não é um tomate, é uma cereja, e é doce. Eu mordi a metade pra ver se tinha caroço e te dei a outra metade, que você comeu sem reclamar. Diferente do pickles, que você colocou na boca, virou pro lado onde estava a mamãe e cuspiu, sem cerimônia. Eu morria de rir dessa sua reação quando você não gostava de alguma coisa. Aliás, você não gosta muito de queijo, porque eu te dei um pedaço do meu sanduiche e você fez uma carinha de muito nojo, tadinha, e acabou cuspindo também... Mas dias depois, nós estávamos em outro restaurante e meu sanduíche veio com um tomate em cima, de decoração e você rapidinha pediu “tia, eu quero a cereja” Oh dó! meu amor, esse é um tomate! E eu te dei o tomate, que você comeu feliz da vida.







Um dia a gente foi até um rancho que cuida dos leões que um dia trabalharam no cassino MGM. Nesse dia nós duas estávamos usando minissaia jeans e camiseta branca, uma grande coincidência. 



Nesse dia você viu além dos leões, também avestruz, emu e até uma bebê girafa!
Depois desse paseio, a família se separou em dois carros, pra um lado foram o papai com o tio Sean e o Beto, e pra outro fomos nós, as meninas. Quando a mamãe te disse que era um passeio só para as meninas, você ficou toda feliz, porque ia ver a menina. 
Seja lá quem ela for! Quando chegamos ao shopping, a gente entrou bem pelo playground e é claro que você queria ir brincar. Havia várias crianças de várias idades nesse espaço, com túneis e obstáculos, e as crianças corriam para todos os lados. A gente deixou você brincar, mas a titia estava com o coração na mão por causa de umas crianças mais malucas e sem limites que estavam lá, então eu queria te tirar daquela área o mais rápido possível, antes que alguém te machucasse. Ainda bem que nada aconteceu e a gente conseguiu levar você pra outra área do shopping, onde a mamãe te comprou uma bexiga da Hello Kitty. Que coisa mais linda, você de maria chiquinha, sainha e aquele balãozão rosa na mão! E enquanto estávamos esperando a mamãe na loja de roupas, você resolveu se esconder de mim e você nem imagina como foi difícil te encontrar! Ainda bem que em certo momento você colocou sua carinha pra fora, porque do jeito que estava, eu achei que nunca mais fosse te ver! Olha só:
Depois do passeio no shopping, a titia te levou no parquinho perto da casa dela, onde você brincou bastante, mas queria ter ficado muito mais, porque você abriu o bocão quando a gente teve que ir embora. Que dó... você é uma menina muito feliz e sorridente, e a titia fica com o coração partido quando você chora daquele jeito.



Mas era necessário que a gente fosse embora, porque os adultos todos estavam com fome, afinal de contas, nenhum de nós andava pela cidade com uma sacola cheia de biscoitos Scooby. Essa era uma brincadeira da mamãe, toda vez que te dava alguma coisa pra comer, que ia servir pra fazer você ficar quietinha e confortável, a gente chamava de biscoitos Scooby, não importava se era um cookie, um iogurte ou um potinho de uvas. Até que um dia você mesma começou a chamar suas comidinhas de “bolacha iscubis” – era muito engraçado.
Todos os dias que você ficou na casa da titia, você aproveitou bastante, você é uma menina cheia de energia e estava geralmente acordada, participando de tudo. Em casa você gostava muito de brincar com o tio Sean e deixava ele doidinho quando começava a conversar com ele. Ele morria de rir das suas carinhas, mas como ele fala outra língua, ele não entendia nada do que você dizia. Ele falava com você de volta, mas você nem ligava que era em Inglês, você respondia o que te dava vontade. Era muito engraçado de assistir. Um dia ele te ensinou a contar em Inglês, e eu fiquei impressionada com como foi rápido pra você aprender.  Assim que ele falava “one” você já dizia “two” e daí pra frente repetia os numeros com ele. Todas as vezes ele contava até 10 com você e aí você jogava as mãos pra cima, dizendo “eeeee” e eu batia palmas. No dia que a gente foi para o Grand Canyon, nós estávamos no ônibus e pedimos pra você contar em inglês com a gente. Qual não foi nossa surpresa quando, assim que terminou de contar você começa a bater palmas dizendo “Parabéns tio Sean!” Ah Allegra, você é muito engraçada.
Eu preciso confessar que, assim que você chegou na minha casa, como você corria pra todo lado, eu estava um pouco preocupada com o dia que iríamos para o Grand Canyon, eu não falei nada pra sua mamãe, porque como ela tem medo de altura, ela ia ficar muito estressada e ia acabar não curtindo nada do passeio. Mas você está de parabéns, porque se comportou direitinho: não soltou da nossa mão, nem pediu pra andar sozinha quando estava em áreas perigosas. E mais uma vez eu fiquei impressionada: estávamos tirando fotos suas dentro de uma das casinhas de índio quando você tropeçou num pedregulho e caiu no chão, ralando seu joelhinho. Acredita que seu choro não durou nem 10 segundos? E olha que foi um tombão, até eu queria chorar, mas você continuou correndo e brincando, guerreira. A gente também foi até a vila de velho oeste que tem lá, onde você viu os cavalinhos, andou de wagon e claro, foi a estrelinha do show de música que estava acontecendo: um homem tocando o violão dele e cantando, você decidiu que tinha que ir ver e ficou dançando na frente dele, toda bonitinha. Tão bonitinha que até as outras pessoas que estavam lá filmaram você. 




E quando estávamos voltando pra casa, você sentou perto de mim no ônibus e pra te manter por perto, te mostrei todas as fotos suas que eu tinha no meu telefone. E você ficou ali, bem quietinha enquanto eu passava foto por foto, falando “ah, mas olha só que ammmoooor, que nenem mais linda, oowwwmmm que gracinha meu Deus que é essa menininha, aiaiai e tututui” e ficamos nós duas ali, um tempão olhando suas fotinhas.
Eu ficava muito feliz todas as vezes que você ficava comigo, e deixava eu te pegar no colo, pegar na sua mãozinha, te dar beijos e abraços.
E mesmo depois de um dia longo como esse, você ainda tinha pique pra brincar de frisbee com o tio Sean, assistir TV, brincar de pega-pega e se esconder embaixo da mesa da sala de jantar. Uma preciosidade.
Você também aproveitou muito pra brincar na água na hora do banho, porque na casa da titia tem 2 banheiras, uma pequena que era onde você tomava banho todos os dias, com o patinho e o macaquinho de borracha que comprei pra você, e uma banheira grande, no quarto da titia, que era sua favorita. As vezes, você tinha acabado de sair do  seu banho, passado seu “cremino” e vestir sua roupa, você vinha no meu quarto pedir pra tomar banho na banheira grande. 


Um dia você chegou no meu quarto enquanto eu estava escovando os dentes e pra te distrair, eu te sentei na bancada da pia e deixei você escovar meus dentes. Aí quando eu terminei, você deixou eu escovar os seus.
Quando a gente estava voltando de Los Angeles, titio Sean parou num posto de gasolina pra gente poder esticar as pernas um pouco e enquanto estávamos todos lá fora, conversando, chegou uma moto. Você não gosta de barulho muito alto, e tem medo de pessoas com capacete, então esse seria um desafio... Você estava perto de mim, e pediu pra vir no meu colo enquanto apontava pra moto e dizia que queria ir mais perto, mas ao mesmo tempo, não queria. Eu ia andando bem devagarinho pra perto da moto e, quanto mais perto eu chegava, mais forte você me abraçava. Eu não queria te assustar, entao eu perguntava se você queria ir mais perto. Quando você falou que não, a gente voltou pra trás, mas aí chegou uma Harley Davidson bem barulhenta e parou pertinho da gente. Eu falei pra você que era um menino na moto e que ele já ia tirar o capacete e mostrar o rosto. Quando ele tirou o capacete, ele fez um tchauzinho pra você e me disse que a filhinha dele também tem medo... Aí ele deixou o rádio da moto ligado, e eu fiquei dançando com você no meu colo, pra você entender que não tinha porque ficar assustada. Quando as motos foram embora do posto, você me abraçou bem forte de novo por causa do ronco do motor, mas aí, começou a falar pra todo mundo como é que a moto fazia. E dias depois, você resolveu falar pro tio Sean como foi sua experiência: “tio Sean, como é que a moto faz? VVRRUUUUUMMMMM” ele não entendeu nada, mas achou muito engraçada sua carinha, com o olho bem arregalado e a mãozinha fazendo um arco por cima da sua cabeça. Toda vez que ele ria, você repetia a pergunta pra ele, tanto que ele até aprendeu a falar essa frase, e aí ele perguntava pra você. Era uma cena muito engraçada, vocês dois falando a mesma coisa sem parar.
Os dias que você passou na minha casa foram dias muito felizes e brincamos muito juntas. Um dia eu resolvi pegar o livrinho de cores que comprei pra ler pra você: sentamos no seu castelinho e eu fui lendo e apontando palavra por palavra o que eu estava dizendo em Inglês. Quando acabei o livro, você pegou da minha mão e foi ler de votla pra mim. Você abriu o livrinho no seu colo e foi virando as páginas e apontando palavra por palavra, enquanto dizia “blablabla blablabla blablabla”.  Um dia a gente estava numa loja no shopping e vimos uma cesta cheia de pulseiras coloridas, e eu coloquei tantas quantas cabiam no seu braço, ate parecia que  você era minha bonequinha. 

As vezes você ficava irritada e não me queria por perto, e pra mudar a situação, eu pegava você no colo de cabeça pra baixo e saía andando pela casa. Você dava muitas risadas e pedia “de cabeça pa baixo” quando eu te colocava de pé de novo. Você também gostava muito quando eu rodava com você no colo e te colocava no chão em seguida... você pedia “quero mais tontinha!” e lá ia eu pra mais uma volta. Também tinha as vezes que você me via deitada no chão e corria pra pular em cima de mim igual faz com seu papai. Você me pegava de surpresa e a mamãe ficava toda preocupada se você ia me machucar, mas eu nem ligava. De novo, qualquer coisa valia a pena só pra fazer você dar risada. 



Nós também fomos ao parquinho, onde brincamos na água e nas balanças. E você sempre queria que a gente te balançasse mais e mais alto.






A gente também foi na casa da tia Maggie, onde você conheceu sua priminha Kaia. Vocês brincaram bastante juntas e no outro dia ela foi na minha casa brincar com você de novo. Foi uma alegria muito grande, você fazia a maior bagunça, rindo e correndo, brincando e falando com todo mundo na casa.
Allegrucha, você é uma pessoinha muito amada e muito especial. 
Você está sempre feliz e espalha alegria por onde quer que vá, você é irresistível. Em todo lugar que a gente ia, você chamava a atenção das pessoas, porque você está sempre pulando, rindo e dançando. Foi muito triste quando você foi embora, mas o que eu prefiro me lembrar é de como fui muito feliz enquanto você estava comigo.
Eu sei que as lembranças desses dias vão acabar se apagando da sua memória, mas o que eu quero que você guarde no seu coração, é que a tia An te ama demais e estará sempre a espera de mais uma visita sua.
PS: O tio Sean está aqui do meu lado, dizendo que ele também te considera muito especial e que amou passar esses dias com você. Ele fica sempre me dizendo como você é cute e adorable e uma ótima professora de português.  Nós te amamos muito!

Tia An e Uncle Sean.



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