Bonequinha, ontem a tia An te enviou uma cartinha. Ela é tão fofa e linda que merece ser eternizada aqui no seu bloguinho. Vocês aprenderam a se amar na distância e a conviver na saudade
Aproveito para complementar com uma trilha sonora, clique aqui e boa viagem.
Allegrucha,
Aqui é a tia An e eu
achei que eu devia contar a história de quando você veio passar umas férias na
minha casa. Você tinha acabado de completar 2 aninhos e veio pra Las Vegas,
passar 2 semanas.
A tia An já era apaixonada por você antes disso, mas depois
dos dias lindos que passamos juntas, eu até chorei porque você tinha ido
embora. Sabe, a minha casa que já era grande, ficou parecendo ainda maior – e
muito vazia – sem você lá, correndo, pulando, subindo e descendo as escadas. E
pior ainda, sem vocêzinha, bem pequetutuxa batendo na porta do meu quarto pra
me acordar. A tia não esquece da sua carinha bem sem vergonha, com aquele
sorrisão mais escancarado, me olhando cheia de expectativa se eu ia te pegar ou
não. Olha, a tia morre de saudades...
Quando você chegou na
minha casa, você ainda não estava acostumada comigo, mas eu montei um
castelinho cor de rosa, cheio de brinquedos pra você, que era pra você saber o
quanto eu te amo. Também tinha um dispenser cheio de M&M’s, que você
chamava de chocolatinho, que a gente te dava só depois que você comia sua
comidinha.
No primeiro dia que a
gente foi passear de limosine e você se divertiu muito.
No outro dia a mamãe e o papai foram assistir um show enquanto eu, o Beto
e o tio Sean cuidamos de você. Primeiro eu fiquei muito surpresa quando você
não chorou nem deu trabalho pra gente, mesmo sem o papai e a mamãe por perto.
Depois, eu fiquei boba com a sua memória, pedindo pra ver o piano de novo,
coisa que a gente tinha visto muito antes.
Aí, você correndo pelo cassino,
capotou no chão igual jabuticaba madura. E em vez de fazer o maior escandalo do
mundo, você deu risada, levantou e continuou correndo.
Aí, depois de muito enrosco pelo caminho, a
gente chegou no Shark Reef, que era o lugar onde a gente ia ver os peixinhos. Eu
ainda não sabia como domar o leãozinho que você é, então o grupo teve que ir no
seu tempo.
Você curtiu bastante os peixinhos, os tubarões e jacarés e não deu trabalho nenhum pra titia, até o
momento em que o Beto achou que você tinha feito cocô e eu tive que ir te
trocar. O Beto tentou achar um banheiro familiar, pra ele poder me ajudar, mas
como não tinha nenhum, eu tive que me virar sozinha. Antes que você fique
assustada com a história toda, saiba que eu sou atrapalhadinha igual ao vovô
Funfas. A gente entrou no banheiro e eu não vi o trocador, então resolvi que ia
usar a tampa da privada. Quando abro a portinha, as privadas eram todas sem
tampa! Bom, tirei sua fralda pensando que se fosse mesmo cocô, eu ia jogar ele
na privada e partir pra briga, então nem deitei você. Por sorte, era só xixi.
Eu tentei colocar a fralda em você em pé mesmo, mas não estava funcionando
então não vi outra alternativa que não tirar o meu vestido e colocar no chão,
deitar você em cima dele, e te trocar. Ainda bem que você me obedeceu
direitinho, porque não quero nem imaginar o que teria acontecido se você
escapasse por baixo da porta e eu tivesse que sair correndo atrás de você no
banheiro, sem roupa, e se alguém entrasse e visse aquilo! Kkkkk Bom, era minha
primeira vez trocando um bebê e fiquei com medo de te machucar se apertasse
muito sua fralda. Resultado: você estava usando uma fralda cintura baixa. E
como se nao bastasse isso, quando a tia colocou sua camisetinha de volta, colocou
de trás pra frente! Ai Allegrucha, que vergonha... Essa sua tia aqui é um
desastre!
No dia seguinte, fomos
à loja do M&M’s e você ficou amiguinha de todos os displays da loja. Eles
eram do seu tamanho e a gente queria tirar sua foto com eles, mas você só
chegava perto depois que eu segurava na mão deles dizendo que eles eram amiguinhos.
Aí você acreditava e não queria mais largá-los! E durante todo o tempo que você
ficou aqui, você falava que o M era seu amiguinho.
A noite fomos jantar no Hard
Rock Café, que é a tradição que a mamãe e o papai tem, toda vez que eles vão
num lugar novo. Estava tudo bem, quando de repente você abre um berreiro e o
tio Sean começa a dar risada. Ele contou pra gente que foi porque ele pegou
você fazendo uma travessura: enquanto a gente achava que você estava quietinha
no cadeirão comendo m&m’s, ele viu você lambendo um por um os chocolatinhos
e disfarçadamente jogando-os no chão. Você viu que ele estava olhando e
continuou chacoalhando a mãozinha pra desgrudar o chocolate do seu dedo. Foi
quando ele falou seu nome que você começou a chorar. Quando a gente saiu da
mesa no restaurante, haviam 5 ou 6 deles em volta do seu cadeirão. Até hoje eu
dou risada da cena.
Você e eu inventamos
nossas próprias brincadeiras enquanto o papai e a mamãe faziam compras e eu
cuidava de você. Depois de correr pelas lojas, dançar em frente a espelhos e
conversar com seu reflexo como se fosse a sua amiguinha, e se esconder entre as
roupas das araras, você aceitava sentar na cadeirinha do carrinho de compras e
aí começavam nossas maluquices: a gente lia livrinhos uma pra outra,
experimentamos sabonetes (você dizia que queria cheirar a barra mas mais
parecia que estava dando um beijo nela), sentava toda torta no carrinho só pra
eu dizer “ah, mas que danada”, dava um dedinho pra eu morder, e mais um, e mais
outro e acabava colocando todos eles na minha boca enquanto olhava pra mim
dando risada. Essa era uma das suas brincadeiras favoritas e quando eu falava
“vem cá que eu vou comer sua mãozinha”, você vinha toda contente.
A gente
também brincou muito de tirar fotos com nossas câmeras imaginárias e o melhor
dia foi quando você foi a fotógrafa, me comandando como se eu fosse a
modelo: “Levanta o braço. Segura o pé.
Tira o chinelo” A mamãe estava conosco nesse dia e quase rolou no chão dando risada
das suas ordens. E a tia An, boba como é, foi fazendo tudo o que você mandava.
No meio da loja de roupas. Porque eu não
ligo de parecer esquisita, desde que eu faça você dar risada.
A gente passeou
bastante pela Strip, onde você viu o Excalibur, que é um hotel em formato de
castelo, você viu o vulcão no Mirage e também a fonte do Bellagio. Esses devem
ter sido seus pontos favoritos, porque você falava neles o tempo todo. O mais
bonitinho era quando você balançava os bracinhos pra um lado e outro, pra
mostrar como a água dançava. E toda vez que você via a Strip você falava “olha
mamãe, que linnnndo”. Você também gostou
do Stratosphere, que pra você era uma tartaruga. Até o tio Sean chama o
Stratosphere de tartaruga agora, depois que ele aprendeu a falar essa palavra
em português.
Você não gosta muito
de andar de carro por que tem que ir segura na cadeirinha. Então você primeiro
reclama que “tô pesada” e como não adianta, você fala que tem abelha no carro.
Um dia você falou “abelha, abelha, abelha no meu bumbum” e eu rachei de rir
sentada na frente. Mas a gente te conhece bem e sabia que não tinha abelha
nenhuma, então você continuou sentadinha no seu lugar.
Um dia a gente estava
saindo do shopping em Los Angeles e eu escutei você falando – bem baixinho -
tchau para os carros que passavam: “tchau carro verde, tchau carro branco,
tchau carro amarelo...” Eu não resisti e entrei na sua brincadeira, falando
tchau pra tudo e você, muito fofolete, ia repetindo tudo o que eu falava:
“tchau muro vermelho, tchau carro laranja, tchau ônibus grande, tchau árvore
verde, tchau menino...” aliás, todo mundo era menino e menina pra você. E você
tem esse jeitinho engraçado de falar, com um sotaquezinho meio carioca “olha o
mennniiino” uma coisinha! Você também gostava muito de me perguntar onde
estavam as pessoas, mesmo que eles estivessem ao seu lado. Aí um dia você
estava perguntando onde estavam a Peppa e o George e você se enganou e
perguntou onde estava o papai George. Eu virei pra você com uma cara bem
exagerada e perguntei “Papai George?” e pronto: você falava papai George o
tempo todo, só pra ver minha cara exagerada com uma voz bem exagerada também,
te perguntando “Papai George?”.
Apesar de não gostar
muito de ficar na sua cadeirinha no carro, você não deu trabalho nenhum pra
gente quando fomos pra Los Angeles, mesmo sendo uma viagem bastante longa.
Quando chegamos em Santa Monica, que era praia, você logo viu um “mennniiino”
tocando violão e não queria sair de perto dele, pra poder dançar. Aí enquanto
os adultos foram pra água por um deck de madeira, você foi pela areia. Quando
chegamos na água, deixamos você só de fraldinha porque você ia, destemida, onde
quer que visse uma onda. E ai da gente se desviasse a atenção por um segundo!
Você queria ir mais para o fundo (a água estava uma delícia aquele dia!), mesmo
caindo sentada em uma onda que a água quase te cobriu, você não ligava, queria
brincar e brincar sem parar. Até que você viu pedrinhas no chão... Aí você
queria coletar TODAS as pedras no caminho. A mamãe e o papai queriam andar pela
praia, mas quem disse que você deixava? Suas mãozinhas já estavam cheias de
pedras, mas você continuava se abaixando para pegar mais uma, e mais outra... O
papai até teve que ter uma conversa com você e te disse que você podia ficar
com uma pedrinha só por vez.
Algumas horas mais tarde, saímos da praia e depois
de andarmos pelo píer, fomos para o hotel.
Fomos jantar numa lanchonete famosa,
chamada Mel’s Diner e eu pedi um milk shake que veio com uma cereja em cima.
Que você prontamente pediu “tia, eu quero o tomate” Coisa linda da minha vida,
isso não é um tomate, é uma cereja, e é doce. Eu mordi a metade pra ver se
tinha caroço e te dei a outra metade, que você comeu sem reclamar. Diferente do
pickles, que você colocou na boca, virou pro lado onde estava a mamãe e cuspiu,
sem cerimônia. Eu morria de rir dessa sua reação quando você não gostava de
alguma coisa. Aliás, você não gosta muito de queijo, porque eu te dei um pedaço
do meu sanduiche e você fez uma carinha de muito nojo, tadinha, e acabou
cuspindo também... Mas dias depois, nós estávamos em outro restaurante e meu
sanduíche veio com um tomate em cima, de decoração e você rapidinha pediu “tia,
eu quero a cereja” Oh dó! meu amor, esse é um tomate! E eu te dei o tomate, que
você comeu feliz da vida.
Um dia a gente foi até
um rancho que cuida dos leões que um dia trabalharam no cassino MGM. Nesse dia
nós duas estávamos usando minissaia jeans e camiseta branca, uma grande
coincidência.
Nesse dia você viu além dos leões, também avestruz, emu e até uma
bebê girafa!
Depois desse paseio, a
família se separou em dois carros, pra um lado foram o papai com o tio Sean e o
Beto, e pra outro fomos nós, as meninas. Quando a mamãe te disse que era um
passeio só para as meninas, você ficou toda feliz, porque ia ver a menina.
Seja
lá quem ela for! Quando chegamos ao shopping, a gente entrou bem pelo
playground e é claro que você queria ir brincar. Havia várias crianças de
várias idades nesse espaço, com túneis e obstáculos, e as crianças corriam para
todos os lados. A gente deixou você brincar, mas a titia estava com o coração
na mão por causa de umas crianças mais malucas e sem limites que estavam lá,
então eu queria te tirar daquela área o mais rápido possível, antes que alguém
te machucasse. Ainda bem que nada aconteceu e a gente conseguiu levar você pra
outra área do shopping, onde a mamãe te comprou uma bexiga da Hello Kitty. Que
coisa mais linda, você de maria chiquinha, sainha e aquele balãozão rosa na
mão! E enquanto estávamos esperando a mamãe na loja de roupas, você resolveu se
esconder de mim e você nem imagina como foi difícil te encontrar! Ainda bem que
em certo momento você colocou sua carinha pra fora, porque do jeito que estava,
eu achei que nunca mais fosse te ver! Olha só:
Depois do passeio no
shopping, a titia te levou no parquinho perto da casa dela, onde você brincou
bastante, mas queria ter ficado muito mais, porque você abriu o bocão quando a
gente teve que ir embora. Que dó... você é uma menina muito feliz e sorridente,
e a titia fica com o coração partido quando você chora daquele jeito.
Mas era necessário que
a gente fosse embora, porque os adultos todos estavam com fome, afinal de
contas, nenhum de nós andava pela cidade com uma sacola cheia de biscoitos
Scooby. Essa era uma brincadeira da mamãe, toda vez que te dava alguma coisa
pra comer, que ia servir pra fazer você ficar quietinha e confortável, a gente
chamava de biscoitos Scooby, não importava se era um cookie, um iogurte ou um
potinho de uvas. Até que um dia você mesma começou a chamar suas comidinhas de
“bolacha iscubis” – era muito engraçado.
Todos os dias que você
ficou na casa da titia, você aproveitou bastante, você é uma menina cheia de
energia e estava geralmente acordada, participando de tudo. Em casa você
gostava muito de brincar com o tio Sean e deixava ele doidinho quando começava
a conversar com ele. Ele morria de rir das suas carinhas, mas como ele fala
outra língua, ele não entendia nada do que você dizia. Ele falava com você de
volta, mas você nem ligava que era em Inglês, você respondia o que te dava
vontade. Era muito engraçado de assistir. Um dia ele te ensinou a contar em
Inglês, e eu fiquei impressionada com como foi rápido pra você aprender. Assim que ele falava “one” você já dizia
“two” e daí pra frente repetia os numeros com ele. Todas as vezes ele contava
até 10 com você e aí você jogava as mãos pra cima, dizendo “eeeee” e eu batia
palmas. No dia que a gente foi para o Grand Canyon, nós estávamos no ônibus e
pedimos pra você contar em inglês com a gente. Qual não foi nossa surpresa
quando, assim que terminou de contar você começa a bater palmas dizendo
“Parabéns tio Sean!” Ah Allegra, você é muito engraçada.
Eu preciso confessar
que, assim que você chegou na minha casa, como você corria pra todo lado, eu
estava um pouco preocupada com o dia que iríamos para o Grand Canyon, eu não
falei nada pra sua mamãe, porque como ela tem medo de altura, ela ia ficar
muito estressada e ia acabar não curtindo nada do passeio. Mas você está de
parabéns, porque se comportou direitinho: não soltou da nossa mão, nem pediu
pra andar sozinha quando estava em áreas perigosas. E mais uma vez eu fiquei
impressionada: estávamos tirando fotos suas dentro de uma das casinhas de índio
quando você tropeçou num pedregulho e caiu no chão, ralando seu joelhinho.
Acredita que seu choro não durou nem 10 segundos? E olha que foi um tombão, até
eu queria chorar, mas você continuou correndo e brincando, guerreira. A gente
também foi até a vila de velho oeste que tem lá, onde você viu os cavalinhos,
andou de wagon e claro, foi a estrelinha do show de música que estava
acontecendo: um homem tocando o violão dele e cantando, você decidiu que tinha
que ir ver e ficou dançando na frente dele, toda bonitinha. Tão bonitinha que
até as outras pessoas que estavam lá filmaram você.
E quando estávamos voltando
pra casa, você sentou perto de mim no ônibus e pra te manter por perto, te
mostrei todas as fotos suas que eu tinha no meu telefone. E você ficou ali, bem
quietinha enquanto eu passava foto por foto, falando “ah, mas olha só que
ammmoooor, que nenem mais linda, oowwwmmm que gracinha meu Deus que é essa
menininha, aiaiai e tututui” e ficamos nós duas ali, um tempão olhando suas
fotinhas.
Eu ficava muito feliz todas as vezes que você ficava comigo, e deixava eu te pegar no colo, pegar na sua mãozinha, te dar beijos e abraços.
Eu ficava muito feliz todas as vezes que você ficava comigo, e deixava eu te pegar no colo, pegar na sua mãozinha, te dar beijos e abraços.
E mesmo depois de um
dia longo como esse, você ainda tinha pique pra brincar de frisbee com o tio
Sean, assistir TV, brincar de pega-pega e se esconder embaixo da mesa da sala
de jantar. Uma preciosidade.
Você também aproveitou
muito pra brincar na água na hora do banho, porque na casa da titia tem 2
banheiras, uma pequena que era onde você tomava banho todos os dias, com o
patinho e o macaquinho de borracha que comprei pra você, e uma banheira grande,
no quarto da titia, que era sua favorita. As vezes, você tinha acabado de sair
do seu banho, passado seu “cremino” e
vestir sua roupa, você vinha no meu quarto pedir pra tomar banho na banheira
grande.
Um dia você chegou no meu quarto enquanto eu estava escovando os dentes
e pra te distrair, eu te sentei na bancada da pia e deixei você escovar meus
dentes. Aí quando eu terminei, você deixou eu escovar os seus.
Quando a gente estava
voltando de Los Angeles, titio Sean parou num posto de gasolina pra gente poder
esticar as pernas um pouco e enquanto estávamos todos lá fora, conversando,
chegou uma moto. Você não gosta de barulho muito alto, e tem medo de pessoas
com capacete, então esse seria um desafio... Você estava perto de mim, e pediu
pra vir no meu colo enquanto apontava pra moto e dizia que queria ir mais
perto, mas ao mesmo tempo, não queria. Eu ia andando bem devagarinho pra perto
da moto e, quanto mais perto eu chegava, mais forte você me abraçava. Eu não
queria te assustar, entao eu perguntava se você queria ir mais perto. Quando você
falou que não, a gente voltou pra trás, mas aí chegou uma Harley Davidson bem
barulhenta e parou pertinho da gente. Eu falei pra você que era um menino na
moto e que ele já ia tirar o capacete e mostrar o rosto. Quando ele tirou o
capacete, ele fez um tchauzinho pra você e me disse que a filhinha dele também
tem medo... Aí ele deixou o rádio da moto ligado, e eu fiquei dançando com você
no meu colo, pra você entender que não tinha porque ficar assustada. Quando as
motos foram embora do posto, você me abraçou bem forte de novo por causa do
ronco do motor, mas aí, começou a falar pra todo mundo como é que a moto fazia.
E dias depois, você resolveu falar pro tio Sean como foi sua experiência: “tio
Sean, como é que a moto faz? VVRRUUUUUMMMMM” ele não entendeu nada, mas achou
muito engraçada sua carinha, com o olho bem arregalado e a mãozinha fazendo um
arco por cima da sua cabeça. Toda vez que ele ria, você repetia a pergunta pra
ele, tanto que ele até aprendeu a falar essa frase, e aí ele perguntava pra
você. Era uma cena muito engraçada, vocês dois falando a mesma coisa sem parar.
Os dias que você
passou na minha casa foram dias muito felizes e brincamos muito juntas. Um dia
eu resolvi pegar o livrinho de cores que comprei pra ler pra você: sentamos no
seu castelinho e eu fui lendo e apontando palavra por palavra o que eu estava
dizendo em Inglês. Quando acabei o livro, você pegou da minha mão e foi ler de
votla pra mim. Você abriu o livrinho no seu colo e foi virando as páginas e
apontando palavra por palavra, enquanto dizia “blablabla blablabla
blablabla”. Um dia a gente estava numa
loja no shopping e vimos uma cesta cheia de pulseiras coloridas, e eu coloquei
tantas quantas cabiam no seu braço, ate parecia que você era minha bonequinha.
As vezes você ficava
irritada e não me queria por perto, e pra mudar a situação, eu pegava você no
colo de cabeça pra baixo e saía andando pela casa. Você dava muitas risadas e
pedia “de cabeça pa baixo” quando eu te colocava de pé de novo. Você também
gostava muito quando eu rodava com você no colo e te colocava no chão em
seguida... você pedia “quero mais tontinha!” e lá ia eu pra mais uma volta. Também
tinha as vezes que você me via deitada no chão e corria pra pular em cima de
mim igual faz com seu papai. Você me pegava de surpresa e a mamãe ficava toda
preocupada se você ia me machucar, mas eu nem ligava. De novo, qualquer coisa
valia a pena só pra fazer você dar risada.
Nós também fomos ao parquinho, onde brincamos na água e nas balanças. E você sempre queria que a gente te balançasse mais e mais alto.
A gente também foi na
casa da tia Maggie, onde você conheceu sua priminha Kaia. Vocês brincaram
bastante juntas e no outro dia ela foi na minha casa brincar com você de novo.
Foi uma alegria muito grande, você fazia a maior bagunça, rindo e correndo,
brincando e falando com todo mundo na casa.
Allegrucha, você é uma
pessoinha muito amada e muito especial.
Você está sempre feliz e espalha
alegria por onde quer que vá, você é irresistível. Em todo lugar que a gente
ia, você chamava a atenção das pessoas, porque você está sempre pulando, rindo
e dançando. Foi muito triste quando você foi embora, mas o que eu prefiro me
lembrar é de como fui muito feliz enquanto você estava comigo.
Eu sei que as
lembranças desses dias vão acabar se apagando da sua memória, mas o que eu
quero que você guarde no seu coração, é que a tia An te ama demais e estará
sempre a espera de mais uma visita sua.
PS: O tio Sean está
aqui do meu lado, dizendo que ele também te considera muito especial e que amou
passar esses dias com você. Ele fica sempre me dizendo como você é cute e
adorable e uma ótima professora de português. Nós te amamos muito!
buááááááááááááááááááá <3 :,-)
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